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O Conflito Rússia-Ucrânia e as Repercussões para a Europa

Antes mesmo dos bombardeios à capital da Ucrânia, Kiev, e da invasão russa ao território ucraniano em 24 de fevereiro de 2022, a instabilidade na região já era apontada por especialistas de todo mundo. Entretanto, ao contrário do que muitos acreditavam, o conflito na Ucrânia não foi decidido em meras horas ou dias, mas devastou e ainda vem escalonando, a ponto de haver poucas perspectivas para um fim pacífico. Nesse sentido, é relevante abordar os desdobramentos da Guerra Rússia-Ucrânia e suas repercussões nas exportações para o Mercado Europeu.

A INFLUÊNCIA DOS EUA NO DESFECHO DA GUERRA RÚSSIA-UCRÂNIA

A dinâmica das discussões e acordos internacionais vem se destoando do que foi anteriormente estabelecido pelo governo, do até então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que às vésperas de deixar o cargo preparou um pacote de 6 bilhões de dólares destinados à ajuda militar e orçamentária à Ucrânia.  Ao se ter em vista os vastos gastos estadunidenses direcionados ao conflito, desde sua campanha eleitoral, o até então candidato à presidência dos Estados Unidos,  Donald Trump, foi transparente sobre seu posicionamento contra a guerra na Ucrânia,  afirmando que caso eleito essa se extinguiria.

Com a perda de Biden na corrida eleitoral e a posse de Trump como 47º presidente dos Estados Unidos, o cenário internacional, mais especificamente europeu, entrou na beira de um colapso. Em 28 de fevereiro de 2025, no Salão Oval da Casa Branca, em uma reunião transmitida ao vivo, o presidente dos Estados Unidos, Trump, e seu vice-presidente, Vance, demonstraram à comunidade internacional seu desacordo com a liderança do ucraniano, Volodymyr Zelensky. 

O país que até então tinha ocupado o papel de principal fornecedor de armamentos, no início de março de 2025, suspendeu por completo a ajuda militar à Ucrânia, declarando ser essa a melhor alternativa para o início de um acordo em prol da paz. Sem poder contar com o investimento estadunidense, a Ucrânia, desde o início da guerra, nunca se viu tão vulnerável.

AS DIFERENÇAS HISTÓRICAS ENTRE RÚSSIA E EUROPA

A sensível posição ucraniana em relação à sua parceria com os Estados Unidos, repercutiu em território europeu, sendo esse tradicionalmente opositor à figura de Vladimir Putin, presidente da Rússia. Em um pronunciamento à França, o presidente Emmanuel Macron destacou a ameaça representada pela Rússia à segurança europeia e enfatizou a necessidade de o continente se unir em defesa da Ucrânia. 

Macron sugeriu, ainda, que a questão da disponibilização do arsenal nuclear francês aos aliados poderia ser discutida com outros líderes, um fator que contribui diretamente para a crescente militarização da Europa. Nesse contexto, é crucial destacar que o objetivo das armas nucleares é justamente nunca serem usadas, funcionando como uma ferramenta de barganha. No entanto, a perspectiva de uma Europa altamente militarizada gera preocupações significativas na comunidade internacional.

Enquanto isso, na tentativa de contribuir para o fim do conflito, foi proposto pelos Estados Unidos um cessar-fogo de 30 dias. Com a aceitação por parte da Ucrânia, a proposta foi avaliada por Putin, que a aceita, mas com condições que complicam a concretização do acordo. Um dos aspectos esclarecidos por Putin em resposta à reversão da narrativa russa sobre o acordo estadunidense é que o cessar-fogo seria apenas uma maneira da Ucrânia de comprar tempo e se rearmar. 

Além disso, foi questionado por Putin a qual instituição cairia a responsabilidade de patrulhar a linha de frente. Nessa circunstância, o presidente russo rejeita a possibilidade da tarefa ser realizada pela OTAN — uma aliança político-militar formada pelos Estados Unidos e países europeus, criada em parte para desafiar a integridade da antiga União Soviética.

Sem dúvida, o cenário político europeu está se tornando cada vez mais instável, o que gera incertezas para muitas empresas interessadas em exportar seus produtos para a região. A questão da segurança e estabilidade tem se tornado um fator decisivo na avaliação da viabilidade comercial na Europa.

TRANSFORMAÇÕES NO PANORAMA DE EXPORTAÇÃO DA EUROPA

Alguns analistas políticos exploram a possibilidade da continuidade e extensão da guerra pelo território europeu. O cenário é de desconfiança, fator refletido nas trocas comerciais do continente. Em vista disso, é fundamental apontar que a União Europeia e seu comércio foram extremamente impactados pelas políticas russas. Após a invasão total da Ucrânia pela Rússia, restrições à importação e exportação de vários produtos foram aplicadas. Em questão de números houve um declínio de 58% nas exportações para a Rússia e uma queda de 86% nas importações da Rússia, tudo isso entre os anos de 2022 e 2024. Os últimos dados do Eurostat mostram que o défice comercial da UE com a Rússia é de 0,6 mil milhões de euros. 

O níquel, fertilizantes, gás natural e petróleo são os produtos mais importados pela UE da Rússia e tornaram-se ainda mais cruciais para o funcionamento da economia europeia. A necessidade por essas commodities fez com que a UE buscasse por abastecimento em outros mercados, sendo níquel, por exemplo, encontrado na Noruega, Reino Unido e Estados Unidos, enquanto o petróleo está sendo fornecido pelos Estados Unidos, Cazaquistão, Noruega e Arábia Saudita.

Outro ponto a ser considerado é que não só a União Europeia é vítima de mudanças ocasionadas pelo contexto de guerra, mas a própria Rússia. O país que representa uma das maiores economias exportadoras de energia do mundo, devido às restrições feitas pela UE, começou a procura por outros possíveis compradores para seus produtos. O Brasil, como importante contribuinte ao BRICS, não cortou relações comerciais com a Rússia, pelo contrário, intensificou o fluxo já existente de importações de petróleo e diesel. No ano de 2024, o país latino americano, juntamente à Turquia, tornou-se um dos principais importadores de diesel e gasóleo marítimos russos, sendo que anteriormente ao embargo total da UE entrar em vigor em fevereiro de 2023, a Europa era o maior comprador da Rússia. A busca por novos mercados e parceiros comerciais representa um novo palco para a exportação na Europa.

CRISE ALIMENTAR GLOBAL E O MERCADO FRENTE À GUERRA: PERSPECTIVA DA UNIÃO EUROPEIA

Outro elemento significativo diz respeito ao acesso restrito da Ucrânia ao Mar Negro, resultado do bloqueio imposto pelas forças militares russas aos portos ucranianos. Esses portos eram essenciais para as exportações agrícolas do país, dificultando a distribuição de grãos para o resto do mundo e, como consequência, elevando os preços desses produtos. De acordo com o Conselho da União Europeia, não há risco iminente de escassez de alimentos na UE, pois a região conta com um setor agrícola robusto, sustentado pela Política Agrícola Comum (PAC).

Dessa maneira, de acordo com dados disponibilizados pelo Conselho Internacional dos Cereais, entre 2016 e 2021, apenas 6% do trigo ucraniano foi destinado à Europa, enquanto países asiáticos e africanos, como Marrocos, Egito, Indonésia e Filipinas, consumiram cerca de 92% do produto. Para mitigar os impactos da guerra na economia ucraniana e evitar uma crise alimentar global, a UE, em colaboração com a Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, coordenada pelas Nações Unidas, tem implementado corredores solidários, buscando minimizar as consequências do bloqueio e preservar o funcionamento do mercado alimentício global, que foi significativamente afetado pela interrupção dessas exportações essenciais.

Para finalizar é evidente a complexidade dos aspectos anteriormente abordados. O mundo como um todo, mas principalmente a Europa, vem sofrendo mudanças significativas relacionadas ao comércio exterior. É fato que o mercado internacional expressa sinais de instabilidade e que se vê como solução a realocação de importação e exportação, tanto por países da União Europeia quanto pela própria Rússia. 

Por essas razões, é mais que necessário cautela quando investir na exportação para países europeus. É sempre indicado um intensivo estudo de mercado. Serviço esse disponibilizado com excelência pela Argos Consultoria Internacional. Se você busca impulsionar o crescimento da sua empresa e explorar novas oportunidades, conte com os serviços da Argos. Entre em contato e faça o melhor negócio para expandir seus horizontes.

QUEM ESCREVEU:

MARINA CASAGRANDE

MARINA CASAGRANDE

Consultora de Marketing

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