As mudanças produzidas pela automação das indústrias têm impactado a estrutura do mercado global, especialmente com o avanço da robótica, pelo uso de aparatos que necessitam do mínimo de intervenção humana. Nesse viés, o processo de globalização – cada vez mais intenso no século XXI por conta do advento da internet – amplifica a necessidade da modernização das empresas para que se enquadrem nas exigências dos consumidores e aumentem a sua competitividade.
Portanto, essa situação reverbera em consequências significativas dentro das indústrias, o que atinge diretamente seus funcionários e molda um novo cenário nas relações internacionais.
O SIGNIFICADO DO TERMO "AUTOMAÇÃO" E O DIFERENCIAL DA ROBÓTICA
O termo “automação” refere-se ao uso de máquinas e equipamentos tecnológicos para executar tarefas com a menor utilização de mão de obra humana possível. Dessa forma, com o avanço tecnológico, a robótica surge com robôs inteligentes que possuem a capacidade de realizar processos complexos de forma autônoma ou com pouco auxílio.
Esses mecanismos, nesse panorama, tornam-se cada vez mais sofisticados para atender às necessidades dos setores da empresa. Logo, o uso desses aparatos apresenta como principais objetivos o aprimoramento da cadeia produtiva e o aumento da produtividade, visando, acima de tudo, maximizar os lucros para saírem na frente dentro do mercado global.
DIFERENTES PERSPECTIVAS: O EMPRESÁRIO E O TRABALHADOR
Para trazer uma melhor compreensão desse contexto, é necessário apresentar os dois lados, em que na visão do empresário, tais maquinários apresentam vantagens significativas em relação aos trabalhadores, apesar do seu alto investimento inicial devido à alta tecnologia envolvida.
De acordo com dados do Sebrae, a automação consegue realizar as tarefas necessárias 70% mais rápido do que os humanos. Ou seja, esses instrumentos economizam tempo, agilizando as etapas de produção, pelo fato de que os trabalhadores necessitam de pausas para descanso e benefícios – diferente de máquinas, que não precisam de intervalos para almoço nem férias – isso acaba diminuindo os custos de produção a médio e longo prazo, além de reduzir as taxas de erros e desperdícios, já que possuem alta precisão.
No entanto, em contraponto, a automação das indústrias resulta em grandes impactos sociais para a população. A substituição de mão de obra humana por aparelhos com alta precisão precariza ainda mais a desigualdade social presente em países de Terceiro Mundo, resultando em um crescente desemprego, principalmente para aqueles que possuem menor nível de escolaridade, visto que uma única máquina substitui diversos homens.
Conforme disse Elizabeth Rhodes, diretora de pesquisa do projeto de renda básica universal, ficará mais complicado para as pessoas conseguirem conciliar despesas pessoais caso a tecnologia elimine empregos ou faça o mercado de trabalho ficar mais inseguro. Sendo assim, para conseguirem adentrar o mercado, será necessário um maior grau de especialização, situação que está atrelada ao aumento no nível de subempregos, por conta da falta de acesso de muitos a novas oportunidades.
DIFERENÇAS REGIONAIS E O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DE AUTOMAÇÃO
Os mecanismos de automação das indústrias estão presentes majoritariamente em países desenvolvidos, o que acaba colocando à margem os países periféricos. Em comparação a nível mundial, o Brasil apresenta uma taxa relativamente baixa de incorporação da automação em seus meios fabris.
A pesquisa feita em 2018 pela Federação Internacional de Robótica (International Federation of Robotics) identificou que o Brasil ocupava o 39º lugar de país mais automatizado entre 44 outros países, sendo ultrapassado pela Argentina, que ficou em 35º. No entanto, apesar disso, a partir de 2018 estratégias para reverter essa situação foram traçadas, com um investimento de aproximadamente 2 bilhões de euros oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (SEBRAE-PR, 2021).
Ademais, já em 2019, de acordo com análise da Universidade de Brasília (UnB) utilizando dados do governo federal, caso o Brasil continue no ritmo atual de automação, isso pode significar a perda de 30 milhões de empregos no ano de 2026 (SEBRAE). Essa situação só evidencia a gravidade do problema ocasionado pelas novas tecnologias dentro do setor produtivo, em que profissionais precisarão se realocar ou buscar outros tipos de empregos.
Nesse contexto, por não se adequarem mais àquela função, que exigirá um novo tipo de conhecimento para o seu andamento, mais ligado ao intelectual do que o manual, essas pessoas precisarão se adaptar a esse cenário tecnológico, muitas vezes mudando o rumo do seu planejamento de carreira inicial.
FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS X TRABALHO HUMANIZADO
Vale também salientar que, máquinas não possuem tato humano na execução de tarefas e não têm o senso crítico tão aprofundado. Diante disso, esses elementos tecnológicos, apesar de possuírem diversas características que os tornam mais vantajosos, estão carecem de características únicas de pessoas, como criatividade, empatia, intuição e moralidade.
Com isso, a mão de obra humana se faz indispensável em uma série de serviços que necessitam do “toque humano”, o qual se torna essencial para certos setores, já que certos tipos de atividades as máquinas não são capazes de realizar (ALENCAR, Lais).
CONCLUSÃO
Em síntese, a automação das indústrias e a robótica provocam mudanças significativas no setor produtivo, o qual está sempre em busca de alavancar a sua competitividade. Isso não implica somente em mudanças externas, mas também internas, em que o corpo social também acaba sendo afetado, principalmente os trabalhadores.
Dessa forma, serão necessários ajustes a esse novo padrão que permeia a realidade industrial, com planos estratégicos para lidar com essas novas transformações. Logo, esse novo cenário internacional, deverá, sobretudo, exigir medidas governamentais para recolocação profissional ou maior capacitação da população em situação de vulnerabilidade em relação aos seus empregos, visando ter um menor impacto econômico para o país.
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