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O Brasil nunca exportou tanta carne como em 2024

O ano de 2024 já acabou. O que para muitos pode ter sido um ano ruim, para o setor pecuário se provou um verdadeiro sucesso. Apesar da alta dos juros e da política fiscal desajeitada do governo Lula, mais de 2.89 milhões de toneladas de carne bovina foram exportadas, um aumento de 26% quando comparado a 2023. Diante dessa notícia nos resta perguntar: por que isso ocorreu e quais são as previsões para 2025?

POR QUE O NOVO RECORDE?

Existem dois motivos para a exportação recorde de carne bovina brasileira:
1) a desvalorização cambial do Real;
2) a baixa recorde na produção pecuária dos EUA.

Segundo os dados do Banco Central brasileiro, em 2024 o Real desvalorizou mais de 21% em relação ao dólar. Isso significa que viagens internacionais e a importação de produtos estrangeiros ficaram mais caras no Brasil. Por outro lado, nossa moeda ficou mais barata para o resto do mundo e, por consequência, nossos produtos também.

A desvalorização do Real em relação ao dólar significa o aumento da nossa competitividade no mercado internacional. Sendo assim, quanto menos nossos produtos valem em dólar, mais atrativos eles se tornam para compradores estrangeiros. Ou seja, quanto mais nossa moeda perde valor, mais também nossas commodities, como a carne, se tornam mais atrativas fora internacionalmente. De uma maneira simples, seria como ir ao supermercado e encontrar carne brasileira por 80 reais e outra, argentina, por 100 reais.

QUAL É A MAIS ATRATIVA PARA O CONSUMIDOR?

Em um cenário no qual ambas as carnes têm a mesma qualidade, obviamente a pecuária brasileira seria o melhor custo-benefício para o consumidor. De maneira semelhante, os compradores de outros países fazem uma escolha racional e optam pela carne brasileira, mais barata e de qualidade semelhante às demais do mundo.

Além da significativa desvalorização cambial, o aumento da demanda pela carne bovina nos EUA também é uma das causas para as exportações recordes. Segundo o site Reuters, em 2024 a tradicional pecuária norte-americana teve sua menor produção em 70 anos. Visto que os EUA são o maior consumidor de carne ao redor do globo, restou ao país importar carne brasileira em maior quantidade.

A soma desses dois fatores – desvalorização do Real e maior importação dos EUA – caíram como uma luva para a pecuária nacional, a qual teve um ano recorde de exportações. Ainda que isso possa significar um aumento no preço da carne para os brasileiros, em termos macroeconômicos as notícias são, ao menos do lado comercial, muito positivas.

PREVISÕES PARA 2025

O ano de 2025 promete um constante crescimento para o setor da pecuária nacional. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), a exportação da pecuária nacional em 2025 é projetada com um crescimento adicional de cerca de 10%, assim mantendo a tendência do ano passado. Ainda que não seja um aumento tão significativo quanto o de 2024, ainda se prova uma porcentagem considerável.

Além da contínua demanda pela carne brasileira no exterior, a pecuária brasileira está em busca de novas oportunidades. Segundo Roberto Perosa, presidente da ABIEC, um dos maiores alvos do setor é atingir novos mercados na Ásia, em países como Turquia, Vietnã, Coréia do Sul e Japão. No total, esses quatro países representam cerca de 30% do consumo de carne mundial, uma fatia relevante do mercado a qual o Brasil pode expandir suas exportações.

Também segundo Perosa, apesar das preocupações da nova gestão protecionista de Donald Trump nos EUA, o setor se mantém positivo em relação ao país. Em sua visão, a queda da produção pecuária norte-americana se prova uma oportunidade para o Brasil, visto que eles continuarão importando carne nacional em quantidades crescentes até 2027. Como ele mesmo afirma, “falar para um americano que ele precisa diminuir o consumo de hambúrguer seria o mesmo que falar para o brasileiro parar de comer arroz e feijão”. Ou seja, eles precisam da carne brasileira, barata, a qualquer custo.

SÍNTESE

O Brasil atualmente se configura como o maior exportador de carne do mundo. Ainda assim, o ano de 2024 foi marcado por recordes na exportação da commodity, a qual tem visto sua demanda crescer nos EUA, tanto por questões internas quanto pela desvalorização do Real.

De modo semelhante, em 2025, a projeção é de crescimento do setor, que mira para novos horizontes e mercados ainda não alcançados. Mesmo com a imprevisibilidade do comércio internacional sob a gestão Trump, o Brasil segue grande na exportação de pecuária.

QUEM ESCREVEU:

Hugo Azeredo

Hugo Azeredo

Diretor Financeiro e Administrativo

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