
Inaugurado oficialmente em 1914, o Canal do Panamá é uma das maiores obras de engenharia do mundo. O Canal artificial de 82 km de comprimento tem a função essencial de conectar os oceanos Pacífico e Atlântico, encurtando distâncias e facilitando o transporte de cargas entre países. Com a ampliação de sua capacidade em 2016, o Canal permite conectar mais de 140 rotas marítimas e 1 700 portos em 160 países.
A IMPORTÂNCIA DO CANAL DO PANAMÁ
Anualmente, pelo Canal do Panamá passam cerca de 14 mil navios, o que corresponde a aproximadamente 5% do comércio mundial. O uso frequente dessa passagem é justificada pelas facilidades logísticas que ela proporciona. Em vez de ter que cruzar o Cabo Horn, localizado na ponta mais meridional da América do Sul e conhecido pelas suas águas turbulentas, ventos fortes e correntes traiçoeiras, o Canal do Panamá permite uma conexão mais tranquila e rápida (demora cerca de 6 a 8 horas para atravessá-lo) entre os oceanos Pacífico e Atlântico.
A passagem é, além disso, utilizada pelos principais atores do comércio internacional. Os Estados Unidos são disparadamente os maiores beneficiários, representando uma participação de mais de 60% do total. A China, o Japão, o Chile, a República da Coreia, o México e a Colômbia também estão entre os que mais usufruem do Canal.
Entre as rotas marítimas que mais utilizam a estrutura, estão as que conectam a costa leste dos Estados Unidos à costa oeste da América do Sul e o continente europeu às costas oeste dos Estados Unidos e Canadá. Sem contar a que provavelmente é a rota mais importante de todas: a que liga a Ásia à costa leste dos Estados Unidos. Esta rota, em especial, é fundamental para a circulação de bens manufaturados e eletrônicos.
O USO DO CANAL PELO BRASIL
Segundo dados de 2020 da Autoridade Administrativa do Canal do Panamá, o Brasil não estava entre os quinze países que mais movimentaram cargas, em toneladas, pela travessia. Ao observar esse dado, muitos poderiam concluir que o Canal não possui tanta importância estratégica para o comércio brasileiro. Porém, isso não é verdade.
De acordo com um estudo feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), agricultores que usam os portos do Arco Norte podem reduzir em até 35% os custos do frete por tonelada exportada, se utilizarem o Canal do Panamá para acessar o oceano Pacífico. O uso da travessia, portanto, pode significar um ganho de competitividade para o agronegócio brasileiro, assim como pode abrir possibilidades de novos mercados de origem asiática.
Há de se ressaltar, contudo, que apesar dos possíveis ganhos que o comércio brasileiro pode auferir ao usufruir da travessia, é importante considerar que existe uma taxa considerada elevada para atravessar o Canal. A taxa varia bastante de acordo com o valor da carga a ser transportada, mas o custo médio é de US$ 150 mil por navio, podendo chegar até cerca de US$ 800 mil, a depender do tamanho da embarcação e até do nível de água do Lago Gatún, que alimenta o sistema de eclusas do Canal do Panamá.
De maneira semelhante, analistas afirmam que o mercado da pecuária francesa seria o mais afetado, dada a alta competitividade de produtos sul-americanos no mercado francês, que afetaria os meios de sobrevivência de seus agricultores, pois a Europa é sua principal fonte de escoamento. Apesar das discussões e controvérsias geradas, o governo brasileiro aceitou os pedidos de desculpas dados pela empresa e o ministro da Agricultura reiterou o desejo de que a situação voltasse à normalidade. Desse modo, o boicote ao Carrefour Brasil foi encerrado.
O IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO CANAL DO PANAMÁ
Em 2023, uma seca causada pelo fenômeno do El Niño fez o lago Gatún alcançar níveis críticos, entre os mais baixos da série histórica. O ápice da crise foi em dezembro de 2023, quando o número de navios que poderiam passar pelo Canal diariamente reduziu de 38 para apenas 22.
A crise hídrica no Canal foi atenuada em 2024, principalmente a partir de maio, quando a incidência de chuva aumentou, permitindo que a maioria das restrições fosse abolida, e a média de navios que poderiam passar diariamente pela travessia aumentou para 35, já próximo dos níveis pré-crise.
Entretanto, as autoridades panamenhas entendem que isso constitui um alívio temporário, em uma era marcada por aceleradas mudanças climáticas. A tendência é que fenômenos climáticos como o El Niño se tornem cada vez mais frequentes, alterando os índices pluviométricos. Por isso, há a compreensão de que é preciso se preparar para o futuro e ampliar o armazenamento de água, por exemplo, mediante a construção de uma barragem no Rio Índio.
COMO A ARGOS CONSULTORIA INTERNACIONAL PODE AJUDAR A SUA EMPRESA A SE INTERNACIONALIZAR?
Internacionalizar uma empresa não é um processo fácil: são muitas as variáveis políticas, econômicas, culturais e até mesmo climáticas, como podemos ver no caso do Canal do Panamá. Uma das razões da nossa existência, contudo, é justamente facilitar esse processo para o desenvolvimento do seu negócio, por meio da oferta de nossos serviços de consultoria!
Entre os serviços oferecidos, nós temos: o Estudo de Mercado, em que analisamos o mercado global do seu setor, de forma a identificar a melhor região para exportar seu(s) produto(s); a Análise Comercial, em que examinamos as condições comerciais em países específicos, inclusive abordando questões culturais; e a Pesquisa de Compradores ou de Fornecedores, em que buscamos e selecionamos parceiros comerciais adequados ao seu perfil, possibilitando maior assertividade nas negociações.
Se interessou? Se sim, entre em contato com nossos consultores para que possamos dar mais detalhes sobre nossos serviços. Estamos à disposição!
QUEM ESCREVEU:
Tags: comércio exterior, comex, consultoria internacional, exportação, Informação, mercado internacional