O Crescente Potencial de Exportação da Madeira Brasileira

Apesar de, ao longo dos últimos dois anos, serem inúmeros os impactos causados na economia mundial por conta da pandemia do novo Coronavírus, é possível aferir que alguns setores econômicos encontraram espaço para prosperar diante das dificuldades enfrentadas em diversos países do globo, como foi o caso do mercado madeireiro brasileiro. Além de receber muito apoio do governo vigente desde 2019 e de se beneficiar com a desvalorização do real em relação ao dólar, que colaborou para que a madeira brasileira venha sendo apresentada a um preço mais competitivo no mercado internacional, na segunda metade de 2020, o mercado se deparou com uma grande demanda internacional por matérias-primas de qualidade e baixo custo, principalmente do continente asiático. Isso levou a um aquecimento da produção e exportação de madeira brasileira, segundo aponta Álvaro Scheffer Junior, presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (ApreFlorestas).

Esse questão continua expressiva em 2022. O ano vem apresentando uma configuração que, apesar das incertezas por conta do agravamento da crise logística mundial com os recentes acontecimentos no Leste Europeu entre Ucrânia e Rússia, tem apresentado bons indicadores acerca do volume da exportação de madeira, segundo apontam os resultados obtidos no primeiro trimestre por segmentos do setor industrial madeireiro, representados pela Abimci (Associação brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), chegando a ser ainda maiores quando comparados aos obtidos em 2021.

No ano passado, a madeira em bruto chegou a alcançar a 106º posição no ranking de exportações brasileiras, e a 7º posição nas exportações do setor agropecuário (janeiro a julho), e segundo Paulo Pupo, superintendente da Abimci, esse cenário de considerável crescimento do mercado, apesar das adversidades, demonstra justamente a importância da madeira brasileira na economia mundial.

Tendências na exportação para o Mercado Internacional

Existem diferentes tipos de madeiras, assim como formas nas quais elas podem ser comercializadas no mercado internacional. Grande parte da exportação de madeira brasileira para o exterior é representada por madeiras mais nobres, como é o caso de três árvores nativas brasileiras: o ipê, o mogno e o jacarandá, que são mundialmente conhecidas pela sua beleza e qualidade. Contudo, entre os tipos de madeira mais frequentemente exportados estão eucalipto e pinus, que por sua vez, são comumente vendidos no formato de toras ou serras em metros cúbicos.

Além disso, também deve-se considerar a madeira bruta, aquela não-beneficiada no Brasil, isto é, que não passou por processos antes de poder ser vendida, também muito comercializada internacionalmente. Comumente obtida na forma de caibros, tábuas, ripas e sarrafos, ela não só apresenta um preço mais baixo, como também é muito útil para finalidades de construção civil, em que elas não estão necessariamente visíveis, como é o caso de estruturas em telhados, coberturas e alicerces.

Segundo dados de 2020 compartilhados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), cerca de 35.000 produtos de madeira nativa brasileira seriam exportados todos os anos, em sua maioria por via marítima, sendo os quatro principais portos localizados no Pará, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, concentrando o transporte de aproximadamente 90% dos produtos exportados para o exterior. Em relação aos maiores importadores de madeira brasileira, é possível aferir a partir de dados disponíveis no ComexStat do ano de 2021, que o país responsável pelo maior número de importações do produto brasileiro, em sua forma bruta, é a China, seguida pela Índia, Portugal, Vietnã, e, por fim, em quinto lugar, os Estados Unidos.

O domínio asiático das importações: a crescente expansão chinesa no mercado madeireiro

eucaliot

A potência chinesa em ascensão na economia mundial sempre se destacou como um grande comprador da celulose produzida no Brasil, e, nos últimos anos, passou a ocupar também a posição de maior importadora de toras de eucalipto brasileiro, levando a um considerável aumento das exportações madeireiras no país. Esse rápido fenômeno tem preocupado entidades locais, assim como demonstra a nota emitida pelas indústrias associadas ao Grupo Sindimade/Floema, que vem observando o aumento significativo no volume de toras de madeira exportadas para a China, assim como para outros países.

Essa preocupação é proveniente da ameaça que esse crescimento exponencial pode apresentar para indústria nacional em relação a um possível descompasso, tendo em vista que para suprir a demanda ocorre um crescimento não-sustentável das indústrias, e torna-se mais difícil manter o patamar atual de emprego, renda, geração de impostos e movimentação da cadeia produtiva. Frente a essa questão, iniciaram-se movimentos que clamam por uma intervenção, junto ao governo brasileiro, para controlar o volume exportado e para fomentar o incentivo florestal, conscientizando-se não só da maneira correta na qual o reflorestamento deve acontecer, como também quais são as espécies corretas para isso.

A legislação brasileira acerca das exportações de madeira

O principal responsável pelo monitoramento e controle das exportações madeireiras brasileiras é o Ibama. É possível notar que, desde 2020, houve um aumento significativo no rigor aplicado pelo instituto acerca do controle das exportações de madeira, sendo necessário passar não apenas por um monitoramento e fiscalização da carga, como também obter um documento que registra a procedência dos produtos de origem nativa, conectando a operação diretamente com o Portal Único de Comércio Exterior, o SisComex.

Por esses motivos, é importante conhecer as oportunidades e ameaças dos mercados para os quais se é possível e vantajoso exportar, como também se atentar às regras a serem seguidas no processo de exportação de madeira, principalmente dependendo da forma e do tipo do produto obtido, tornando possível a realização de um processo de internacionalização seguro e lucrativo.

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Quem escreveu:

Isabel Machareth

Consultora de Gestão de Pessoas

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